rçamento, política e Cavaco ( O o KA CRISE CAVOU )
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rçamento, política e Cavaco ( O o KA CRISE CAVOU )
rçamento, política e Cavaco
por JOÃO MARCELINOHoje6 comentários
1. José Sócrates e Pedro Passos Coelho continuam a dramatização à volta do Orçamento do Estado. O Governo quer envolver o PSD, e o PSD parece ter finalmente entendido que, independentemente da posição final, perderá espaço político, e eleitoral, se não marcar devidamente na cabeça dos eleitores as suas diferenças em relação ao poder actual.
Passos Coelho terá enormes dificuldades em suceder a José Sócrates se aparecer aos eleitores como um homem que não tem um caminho alternativo e é sempre uma muleta fácil. Depois de ter exercitado a responsabilidade na altura do PEC II, está agora na necessidade de exigir, perante o eleitorado, uma prova do seu sentido de Estado (as duas condições que apresentou na Festa do Pontal).
Estamos numa fase em que os interesses do País aparecem muito contaminados pelas aspirações de poder de ambos os partidos. O ideal, nesta altura, seria um primeiro-ministro que não quisesse continuar a ser reeleito, e uma oposição que dispensasse a chegada ao poder. O problema está em que vivemos na Terra...
Repare-se nas palavras de José Sócrates ontem em Nova Iorque: o PS não poderá continuar no Governo sem Orçamento aprovado. E isso não é uma renúncia: é a resposta à recusa do PSD em negociar previamente o Orçamento. É, sobretudo, uma ameaça de que, se não houver orçamento, haverá eleições mal o calendário as permita, lá para Junho, com Cavaco Silva (se reeleito) ao leme, o FMI no terreno, e ele, José Sócrates, no papel de vítima da situação criada.
Resta saber se os portugueses o perceberiam assim, mas José Sócrates parece convencido de que saberia fazê-lo. Mau sinal.
2. Pode haver leituras diversas sobre se Cavaco Silva está já, ou não, em pré-campanha para a reeleição. Qualquer político estaria, como outros estiveram no passado em idênticas circunstâncias (Mário Soares e Jorge Sampaio) sem que daí adviesse mal ao mundo. Mas há uma coisa que me parece absolutamente evidente: na actual fase política, teria sido um desastre que o Presidente da República tivesse explicitado já a sua recandidatura.
A confrontação Sócrates-Passos Coelho, a propósito do Orçamento do Estado, assim como as medidas difíceis que Teixeira dos Santos não poderá deixar de apresentar, precisam de um Presidente da República na plenitude das suas funções, e ainda não estigmatizado pela vontade formalizada de ser reeleito. Quando fizer essa declaração, será candidato de muitos portugueses, mas sobretudo, queira ou não, da área política que vai do PSD ao PP. Até lá, Cavaco Silva é Presidente de Portugal e pode, e deve, como tem feito nos últimos dias, chamar a atenção dos políticos para a coragem que é necessária ter no sentido de regenerar a vida financeira do País sem o recurso a mediação exterior.
Temos três ou quatro meses para mostrarmos que somos capazes de merecer a confiança dos credores e o PR tem de continuar a influenciar no sentido do estabelecimento de pontes entre os evidentes interesses eleitorais que contaminam a nossa sociedade.
E, além do mais, ainda há a cimeira da NATO, em 19 e 20 de Novembro, em Lisboa, com Obama. Só depois Cavaco Silva será candidato - e esses timings, descontado o interesse pessoal, também são os melhores para Portugal.
Manuel Maria Carrilho é um homem que pensa pela sua cabeça e está sempre a cultivar o terreno das ideias, do futuro, e do espaço político pessoal. José Sócrates, além de gostar de mandar, gosta que não haja qualquer dúvida de que é ele quem manda. Resumindo: Carrilho não se cala, e Sócrates não abdica da última palavra. O caso da substituição de Carrilho na UNESCO poderia ter sido gerido de forma diferente? Podia, mas acabaria sempre assim.
por JOÃO MARCELINOHoje6 comentários
1. José Sócrates e Pedro Passos Coelho continuam a dramatização à volta do Orçamento do Estado. O Governo quer envolver o PSD, e o PSD parece ter finalmente entendido que, independentemente da posição final, perderá espaço político, e eleitoral, se não marcar devidamente na cabeça dos eleitores as suas diferenças em relação ao poder actual.
Passos Coelho terá enormes dificuldades em suceder a José Sócrates se aparecer aos eleitores como um homem que não tem um caminho alternativo e é sempre uma muleta fácil. Depois de ter exercitado a responsabilidade na altura do PEC II, está agora na necessidade de exigir, perante o eleitorado, uma prova do seu sentido de Estado (as duas condições que apresentou na Festa do Pontal).
Estamos numa fase em que os interesses do País aparecem muito contaminados pelas aspirações de poder de ambos os partidos. O ideal, nesta altura, seria um primeiro-ministro que não quisesse continuar a ser reeleito, e uma oposição que dispensasse a chegada ao poder. O problema está em que vivemos na Terra...
Repare-se nas palavras de José Sócrates ontem em Nova Iorque: o PS não poderá continuar no Governo sem Orçamento aprovado. E isso não é uma renúncia: é a resposta à recusa do PSD em negociar previamente o Orçamento. É, sobretudo, uma ameaça de que, se não houver orçamento, haverá eleições mal o calendário as permita, lá para Junho, com Cavaco Silva (se reeleito) ao leme, o FMI no terreno, e ele, José Sócrates, no papel de vítima da situação criada.
Resta saber se os portugueses o perceberiam assim, mas José Sócrates parece convencido de que saberia fazê-lo. Mau sinal.
2. Pode haver leituras diversas sobre se Cavaco Silva está já, ou não, em pré-campanha para a reeleição. Qualquer político estaria, como outros estiveram no passado em idênticas circunstâncias (Mário Soares e Jorge Sampaio) sem que daí adviesse mal ao mundo. Mas há uma coisa que me parece absolutamente evidente: na actual fase política, teria sido um desastre que o Presidente da República tivesse explicitado já a sua recandidatura.
A confrontação Sócrates-Passos Coelho, a propósito do Orçamento do Estado, assim como as medidas difíceis que Teixeira dos Santos não poderá deixar de apresentar, precisam de um Presidente da República na plenitude das suas funções, e ainda não estigmatizado pela vontade formalizada de ser reeleito. Quando fizer essa declaração, será candidato de muitos portugueses, mas sobretudo, queira ou não, da área política que vai do PSD ao PP. Até lá, Cavaco Silva é Presidente de Portugal e pode, e deve, como tem feito nos últimos dias, chamar a atenção dos políticos para a coragem que é necessária ter no sentido de regenerar a vida financeira do País sem o recurso a mediação exterior.
Temos três ou quatro meses para mostrarmos que somos capazes de merecer a confiança dos credores e o PR tem de continuar a influenciar no sentido do estabelecimento de pontes entre os evidentes interesses eleitorais que contaminam a nossa sociedade.
E, além do mais, ainda há a cimeira da NATO, em 19 e 20 de Novembro, em Lisboa, com Obama. Só depois Cavaco Silva será candidato - e esses timings, descontado o interesse pessoal, também são os melhores para Portugal.
Manuel Maria Carrilho é um homem que pensa pela sua cabeça e está sempre a cultivar o terreno das ideias, do futuro, e do espaço político pessoal. José Sócrates, além de gostar de mandar, gosta que não haja qualquer dúvida de que é ele quem manda. Resumindo: Carrilho não se cala, e Sócrates não abdica da última palavra. O caso da substituição de Carrilho na UNESCO poderia ter sido gerido de forma diferente? Podia, mas acabaria sempre assim.
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