Especialista defende que Portugal precisa de conseguir fixar imigrantes para população não diminuir
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Especialista defende que Portugal precisa de conseguir fixar imigrantes para população não diminuir
Migrações
Especialista defende que Portugal precisa de conseguir fixar imigrantes para população não diminuir
18.12.2010 - 10:40 Por Lusa
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Portugal precisa dos imigrantes para não perder população e precisa de se esforçar para os fixar no país, defendeu a especialista em demografia Maria João Valente Rosa a propósito do Dia Internacional das Migrações, que hoje se assinala.
Os imigrantes que vêm para Portugal "chegam nas idades activas e também mais férteis" Os imigrantes que vêm para Portugal "chegam nas idades activas e também mais férteis" (Foto: Rui Gaudêncio/arquivo)
"Os imigrantes que chegam a Portugal podem ajudar a atenuar o processo de envelhecimento demográfico", disse a directora do projecto Pordata, uma base de dados sobre Portugal. Maria João Valente Rosa afirmou que o saldo migratório positivo não dá razões para se "ficar descansado" e salientou que "é preciso fazer com que as pessoas que para cá vêm e representam potencial de crescimento, mesmo económico, se fixem e não vão embora para outros países".
No ano de 2009, só o fluxo de imigrantes impediu a população portuguesa de diminuir, uma vez que o saldo natural - a diferença entre o número de nascimentos e mortes - foi negativo, uma situação que só aconteceu duas vezes nos últimos noventa anos, em 2007 e em 1918, devido à gripe pneumónica. O saldo natural é "cada vez mais ténue" para garantir o crescimento da população
Os imigrantes que vêm para Portugal "chegam nas idades activas e também mais férteis, tendem a ter aqui os filhos", referiu, acrescentando que "10 por cento da população activa" é imigrante e que "cerca de 10 por cento dos nascidos em Portugal são filhos de mães estrangeiras". Esta "migração laboral" é também importante em termos demográficos porque "diminui o peso das pessoas nas idades mais avançadas".
Desde 1993 que Portugal "passou, de forma consistente, a ter um saldo migratório positivo, porque entram mais pessoas do que as que saem, o que significa que é um país com uma atractividade especial". De acordo com os dados da Pordata, em 2009 a população estrangeira em Portugal cifrava-se nos 4,3 por cento, muito acima dos 0,5 referenciados em 1980. "Quando olhamos para outros países da União Europeia com os quais gostamos tanto de nos comparar, o que os torna interessantes é também o facto de serem ambicionados por pessoas que vivem em outros países", referiu.
Maria João Valente Rosa não tem dúvidas de que os portugueses "estão mais enriquecidos do que há décadas atrás" por conviverem com "cada vez mais pessoas de origens diferenciadas". Em relação aos emigrantes que saem de Portugal, os dados da Pordata permitem concluir que as remessas enviadas para Portugal representam 1,4 por cento do Produto Interno Bruto, com os emigrados em Angola a assumirem-se como uma parcela importante deste valor.
Apesar de o número de imigrantes aumentar e o de emigrantes diminuir, as remessas enviadas para Portugal ainda representam mais dinheiro do que aquele que sai para os países de origem dos trabalhadores estrangeiros, adiantou ainda.
Especialista defende que Portugal precisa de conseguir fixar imigrantes para população não diminuir
18.12.2010 - 10:40 Por Lusa
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Portugal precisa dos imigrantes para não perder população e precisa de se esforçar para os fixar no país, defendeu a especialista em demografia Maria João Valente Rosa a propósito do Dia Internacional das Migrações, que hoje se assinala.
Os imigrantes que vêm para Portugal "chegam nas idades activas e também mais férteis" Os imigrantes que vêm para Portugal "chegam nas idades activas e também mais férteis" (Foto: Rui Gaudêncio/arquivo)
"Os imigrantes que chegam a Portugal podem ajudar a atenuar o processo de envelhecimento demográfico", disse a directora do projecto Pordata, uma base de dados sobre Portugal. Maria João Valente Rosa afirmou que o saldo migratório positivo não dá razões para se "ficar descansado" e salientou que "é preciso fazer com que as pessoas que para cá vêm e representam potencial de crescimento, mesmo económico, se fixem e não vão embora para outros países".
No ano de 2009, só o fluxo de imigrantes impediu a população portuguesa de diminuir, uma vez que o saldo natural - a diferença entre o número de nascimentos e mortes - foi negativo, uma situação que só aconteceu duas vezes nos últimos noventa anos, em 2007 e em 1918, devido à gripe pneumónica. O saldo natural é "cada vez mais ténue" para garantir o crescimento da população
Os imigrantes que vêm para Portugal "chegam nas idades activas e também mais férteis, tendem a ter aqui os filhos", referiu, acrescentando que "10 por cento da população activa" é imigrante e que "cerca de 10 por cento dos nascidos em Portugal são filhos de mães estrangeiras". Esta "migração laboral" é também importante em termos demográficos porque "diminui o peso das pessoas nas idades mais avançadas".
Desde 1993 que Portugal "passou, de forma consistente, a ter um saldo migratório positivo, porque entram mais pessoas do que as que saem, o que significa que é um país com uma atractividade especial". De acordo com os dados da Pordata, em 2009 a população estrangeira em Portugal cifrava-se nos 4,3 por cento, muito acima dos 0,5 referenciados em 1980. "Quando olhamos para outros países da União Europeia com os quais gostamos tanto de nos comparar, o que os torna interessantes é também o facto de serem ambicionados por pessoas que vivem em outros países", referiu.
Maria João Valente Rosa não tem dúvidas de que os portugueses "estão mais enriquecidos do que há décadas atrás" por conviverem com "cada vez mais pessoas de origens diferenciadas". Em relação aos emigrantes que saem de Portugal, os dados da Pordata permitem concluir que as remessas enviadas para Portugal representam 1,4 por cento do Produto Interno Bruto, com os emigrados em Angola a assumirem-se como uma parcela importante deste valor.
Apesar de o número de imigrantes aumentar e o de emigrantes diminuir, as remessas enviadas para Portugal ainda representam mais dinheiro do que aquele que sai para os países de origem dos trabalhadores estrangeiros, adiantou ainda.
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