Bem prega frei Tomás...
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Palmira F. Silva
Na sua alocucação à cúria romana, Bento XVI referiu-se ao assunto católico do ano: o escândalo do abuso sexual de menores que não poupou nem cónegos considerados tão bons que para um deles até decorria uma campanha para o candidatar ao Nobel da Paz 2011. A estratégia da alocução foi distribuir a grosso da culpa da coisa a todos menos aos culpados, nomeadamente à sociedade que considera tão normal a pedofilia que os padres abusadores não conseguiram resistir aos ares dos tempos. Mais concretamente, Bento XVI usou as alucinações de Hildegard von Bingen para explicar que o pó que mancha a face da Igreja deve ser encarado no «contexto do nosso tempo que é testemunha destes acontecimentos», um tempo em que, segundo Bento XVI, «existe um mercado da pornografia que envolve as crianças, e que de algum modo parece ser considerado cada vez mais pela sociedade como algo normal».
Claro que sociedades em que isto acontece só existem na cabecinha «delusional» de Bento XVI, não há nenhuma sociedade que considere a pornografia infantil normal, aliás, consideram-na tão anormal que por acaso até já relatámos alguns excessos de zelo provocados pelo repúdio que merece. Cada vez mais recursos e leis cada vez mais restritivas são dedicadas a combater a pornografia infantil e no entanto Bento XVI, querendo limpar o pó da face da sua Igreja, acha por bem lançar lama sobre a sociedade em geral.
São 5% da cúria os padres abusadores de crianças, pelo menos de acordo com o Vaticano, uma percentagem muitas ordens de grandeza superior à da população em geral e no entanto Bento XVI prosseguiu o discurso dizendo que os «alicerces ideológicos» do abuso sexual de menores, por padres presume-se, são teorias enraizadas na sociedade que, efabula, sustentam que a pedofilia é «algo totalmente consentâneo ao homem e também à criança».
Também não tenho dúvidas que algum obscuro académico ou afins em alguma obscura revista ou afins fez alguma vez esta afirmação vil. Mas esta insinuação igualmente vil de que a pedofilia está ou esteve de tal forma integrada e normalizada na sociedade que esta a aceita ou aceitou como legítima é simplesmente uma mentira. Mas parece que o Papa precisa mentir para justificar por que razão e por tanto tempo a sua Igreja considerou o abuso sexual de menores uma coisa tão banal que não merecia castigo.
Na realidade, e contrariamente ao que Bento XVI diz no seu discurso, por todo o mundo a pedofilia e o abuso sexual de menores são considerados um crime tão grave que até existem leis que obrigam os profissionais que trabalham com crianças a denunciar suspeitas de que alguma das crianças a seu cargo seja vítima desse crime abominável. Apenas a Igreja resistiu e resiste a essas leis e inventa todas as desculpas e mais alguma para se recusar a colaborar com a Lei a esse respeito.
E foi Ratzinger, que agora carpe uma inventada «normalização» da pedofilia (fora da ICAR, claro), o cardeal que ordenou a todos os cardeais e bispos que, sob pena de excomunhão, não colaborassem com as autoridades no caso de um padre ser denunciado ou apanhado a abusar de crianças e que tratassem o crime como se de um mero assunto interno da Igreja se tratasse. Ou seja, Bento XVI que, para variar, encheu o discurso de avisos sombrias sobre o perigo do relativismo moral, na sua boca e pena tudo o que não siga estritamente os ditames da ICAR, é o único relativista moral nesta história de abuso sexual de menores.
Palmira F. Silva
Na sua alocucação à cúria romana, Bento XVI referiu-se ao assunto católico do ano: o escândalo do abuso sexual de menores que não poupou nem cónegos considerados tão bons que para um deles até decorria uma campanha para o candidatar ao Nobel da Paz 2011. A estratégia da alocução foi distribuir a grosso da culpa da coisa a todos menos aos culpados, nomeadamente à sociedade que considera tão normal a pedofilia que os padres abusadores não conseguiram resistir aos ares dos tempos. Mais concretamente, Bento XVI usou as alucinações de Hildegard von Bingen para explicar que o pó que mancha a face da Igreja deve ser encarado no «contexto do nosso tempo que é testemunha destes acontecimentos», um tempo em que, segundo Bento XVI, «existe um mercado da pornografia que envolve as crianças, e que de algum modo parece ser considerado cada vez mais pela sociedade como algo normal».
Claro que sociedades em que isto acontece só existem na cabecinha «delusional» de Bento XVI, não há nenhuma sociedade que considere a pornografia infantil normal, aliás, consideram-na tão anormal que por acaso até já relatámos alguns excessos de zelo provocados pelo repúdio que merece. Cada vez mais recursos e leis cada vez mais restritivas são dedicadas a combater a pornografia infantil e no entanto Bento XVI, querendo limpar o pó da face da sua Igreja, acha por bem lançar lama sobre a sociedade em geral.
São 5% da cúria os padres abusadores de crianças, pelo menos de acordo com o Vaticano, uma percentagem muitas ordens de grandeza superior à da população em geral e no entanto Bento XVI prosseguiu o discurso dizendo que os «alicerces ideológicos» do abuso sexual de menores, por padres presume-se, são teorias enraizadas na sociedade que, efabula, sustentam que a pedofilia é «algo totalmente consentâneo ao homem e também à criança».
Também não tenho dúvidas que algum obscuro académico ou afins em alguma obscura revista ou afins fez alguma vez esta afirmação vil. Mas esta insinuação igualmente vil de que a pedofilia está ou esteve de tal forma integrada e normalizada na sociedade que esta a aceita ou aceitou como legítima é simplesmente uma mentira. Mas parece que o Papa precisa mentir para justificar por que razão e por tanto tempo a sua Igreja considerou o abuso sexual de menores uma coisa tão banal que não merecia castigo.
Na realidade, e contrariamente ao que Bento XVI diz no seu discurso, por todo o mundo a pedofilia e o abuso sexual de menores são considerados um crime tão grave que até existem leis que obrigam os profissionais que trabalham com crianças a denunciar suspeitas de que alguma das crianças a seu cargo seja vítima desse crime abominável. Apenas a Igreja resistiu e resiste a essas leis e inventa todas as desculpas e mais alguma para se recusar a colaborar com a Lei a esse respeito.
E foi Ratzinger, que agora carpe uma inventada «normalização» da pedofilia (fora da ICAR, claro), o cardeal que ordenou a todos os cardeais e bispos que, sob pena de excomunhão, não colaborassem com as autoridades no caso de um padre ser denunciado ou apanhado a abusar de crianças e que tratassem o crime como se de um mero assunto interno da Igreja se tratasse. Ou seja, Bento XVI que, para variar, encheu o discurso de avisos sombrias sobre o perigo do relativismo moral, na sua boca e pena tudo o que não siga estritamente os ditames da ICAR, é o único relativista moral nesta história de abuso sexual de menores.
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