Congresso com futuro
Página 1 de 1
Congresso com futuro
Congresso com futuro
por ANTÓNIO PEREZ METELO
O Congresso das Exportações pode ter sido um encontro muito útil, com repercussão positiva no futuro próximo. Desde logo porque identificou como problema central da economia portuguesa o seu crónico défice comercial. Não é que ele não fosse conhecido, mas só agora é visto como estando no centro do desequilíbrio estrutural entre aquilo que o País produz e aquilo que os portugueses gastam a cada ano. Mesmo com o crescimento excepcional, em 2010, das exportações de 15%, o défice comercial agravou-se para cerca de 17 mil milhões de euros, 10% do PIB. E porquê? Porque as importações também subiram: +10%, partindo de uma base superior às exportações, são suficientes para mais do que anular a expansão dos nossos bens e serviços colocados no estrangeiro. No congresso, entre os 1400 empresários exportadores presentes, formou-se um consenso forte: as exportações têm de crescer bastante mais do que o produto, a cada ano, de forma a corresponderem em 2020 a 40% do PIB, reforçando a sua posição relativa dos actuais 32%. A meta está, assim, fixada. As vias para lá chegar e os instrumentos para apoiar essa expansão terão de ser ainda muito afinados. Um dos aspectos a definir é o da redução competitiva - sem proteccionismos - das importações, aumentando o valor acrescentado nacional em todo o sector de bens transaccionáveis. As energias renováveis e o agro-industrial são dois sectores com um potencial de crescimento susceptíveis de reduzir as facturas externas tanto na balança energética como na balança alimentar (pois importamos três quartos do que consumimos). Uma outra ideia forte foi a necessidade de ganhar dimensão através da cooperação de empresas nacionais de um mesmo ramo no exterior. Foram dados vários exemplos no calçado, no mobiliário, nos fármacos, para ilustrar uma realidade já posta em prática desde os anos 60 do século passado pelos consórcios japoneses. Num contexto de escassez de recursos, é indispensável que todos os apoios com dinheiros públicos sejam optimizados. A prazo, o congresso vai ter de dar azo a um outro, em que se discuta um modelo coerente de inserção de Portugal na nova economia globalizada.
por ANTÓNIO PEREZ METELO
O Congresso das Exportações pode ter sido um encontro muito útil, com repercussão positiva no futuro próximo. Desde logo porque identificou como problema central da economia portuguesa o seu crónico défice comercial. Não é que ele não fosse conhecido, mas só agora é visto como estando no centro do desequilíbrio estrutural entre aquilo que o País produz e aquilo que os portugueses gastam a cada ano. Mesmo com o crescimento excepcional, em 2010, das exportações de 15%, o défice comercial agravou-se para cerca de 17 mil milhões de euros, 10% do PIB. E porquê? Porque as importações também subiram: +10%, partindo de uma base superior às exportações, são suficientes para mais do que anular a expansão dos nossos bens e serviços colocados no estrangeiro. No congresso, entre os 1400 empresários exportadores presentes, formou-se um consenso forte: as exportações têm de crescer bastante mais do que o produto, a cada ano, de forma a corresponderem em 2020 a 40% do PIB, reforçando a sua posição relativa dos actuais 32%. A meta está, assim, fixada. As vias para lá chegar e os instrumentos para apoiar essa expansão terão de ser ainda muito afinados. Um dos aspectos a definir é o da redução competitiva - sem proteccionismos - das importações, aumentando o valor acrescentado nacional em todo o sector de bens transaccionáveis. As energias renováveis e o agro-industrial são dois sectores com um potencial de crescimento susceptíveis de reduzir as facturas externas tanto na balança energética como na balança alimentar (pois importamos três quartos do que consumimos). Uma outra ideia forte foi a necessidade de ganhar dimensão através da cooperação de empresas nacionais de um mesmo ramo no exterior. Foram dados vários exemplos no calçado, no mobiliário, nos fármacos, para ilustrar uma realidade já posta em prática desde os anos 60 do século passado pelos consórcios japoneses. Num contexto de escassez de recursos, é indispensável que todos os apoios com dinheiros públicos sejam optimizados. A prazo, o congresso vai ter de dar azo a um outro, em que se discuta um modelo coerente de inserção de Portugal na nova economia globalizada.
Viriato- Pontos : 16657
Tópicos semelhantes
» SNS/30 anos: Futuro do sistema nacional de saúde alvo de reflexão em congresso
» Congresso do PSD
» No congresso dos Lombos
» Congresso do PPD PSD
» 23º Congresso do CDS-PP
» Congresso do PSD
» No congresso dos Lombos
» Congresso do PPD PSD
» 23º Congresso do CDS-PP
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos