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Mona Lisa. Exumar os restos de uma nobre florentina para resolver um grande enigma

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Mona Lisa. Exumar os restos de uma nobre florentina para resolver um grande enigma Empty Mona Lisa. Exumar os restos de uma nobre florentina para resolver um grande enigma

Mensagem por Leonardo Qui Abr 07, 2011 6:49 am

Mona Lisa. Exumar os restos de uma nobre florentina para resolver um grande enigma
por Sara Sanz Pinto, Publicado em 07 de Abril de 2011 | Actualizado há 14 horas
Equipa liderada pelo historiador de arte Silvano Vincetti suspeita que Lisa Gherardini, que foi casada com um rico comerciante de seda, é a Gioconda

Mona Lisa pode ser auto-retrato de Da Vinci, bem disfarçado
Mona Lisa pode ser auto-retrato de Da Vinci, bem disfarçado
D.R.
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Os investigadores vão dar mais um passo para tentar descobrir um dos maiores enigmas da História da Arte - quem é a mulher retratada no famoso quadro de Leonardo da Vinci, Mona Lisa. A equipa liderada pelo historiador de arte italiano Silvano Vinceti está convencida que, analisando os restos mortais de Lisa Gherardini, conseguirá determinar se a mesma foi ou não a modelo do pintor.

Um certificado de óbito recentemente descoberto indica que a mulher, esposa de Francesco del Giocondo, um rico comerciante de seda de Florença e figura proeminente no governo florentino, terá morrido em 1542 e sido enterrada no mosteiro de Sant''Orsola, em Florença. As escavações para encontrar os restos mortais começarão no final deste mês. Vinceti garante que vão ser usadas técnicas científicas específicas para tentar extrair ADN do esqueleto e depois para reconstruir a sua cara.

"Podemos colocar um ponto final numa disputa de séculos e compreender também a relação de Leonardo com os seus modelos", disse o historiador à AFP. "Para ele, pintar também significava conceber uma representação física dos traços interiores das suas personalidades", acrescentou. O grupo de investigadores, liderado por Vinceti, já reconstruiu rostos de alguns artistas a partir dos seus esqueletos, apesar de críticos defenderem que o método, quando aplicado a ossos enterrados há vários séculos, pode ser inconclusivo.

O especialista acredita que Lisa Gherardini serviu de modelo inicial para o retrato, mas que Da Vinci terá, posteriormente, sido influenciado pelo rosto do seu jovem aprendiz e amante. Devido a um passado conturbado que envolveu roubos, ataques com ácido e estadas no quarto de Napoleão, a Mona Lisa teve de ser restaurada várias vezes e exames de raio-X à obra mostram que existem pelo menos três versões escondidas atrás da actual. A tese de Vinceti também é defendida por cientistas alemães da Universidade Heidelberg, que afirmam ter encontrado um documento onde há uma clara referência ao facto do retrato de Lisa Gherardini estar a ser realizado por Da Vinci. As notas foram escritas por Agostino Vespucci, em 1503, e indicam que a mulher dera à luz recentemente e que a pintura tinha como objectivo comemorar a maternidade.

Já a cientista norte-americana dos laboratórios Bell, Lillian Schwartz, defende, com base na análise digital das características faciais de Leonardo e os traços da modelo, que a Mona Lisa é um retrato do pintor, mas vestido de mulher. No livro de Schwartz, "Leonardo''s hidden face", de 2007, escrito em co-autoria com Renzo Manetti e Alessandro Vezzosi, a cientista argumenta que o quadro, inicialmente pensado como um retrato real, acabou por se transformar numa imagem ideal, na face oculta de Leonardo, no espírito-guia que, segundo a tradição "stilnovista", é alegoricamente representado por um anjo feminino, ou seja, pela natureza feminina.

E é talvez devido à "partida" que Leonardo prega sistematicamente a quem olha para Mona Lisa que se deve o seu sorriso dúbio, sujeito às mais variadas interpretações. De acordo com um algoritmo desenvolvido pela Universidade de Amesterdão, na Holanda, em parceria com a Universidade de Illinois, nos EUA, o sorriso da modelo mostra uma mulher 83% feliz, 9% enjoada, 6% aterrorizada e 2% incomodada. Já Sigmund Freud interpretou a expressão como uma atracção erótica de Leonardo pela mãe, Caterina. O historiador alemão Maike Vogt-Lürssen defendeu que a modelo é Isabel de Aragão, duquesa de Milão, e o sorriso infeliz deve-se ao facto de o seu marido ser, alegadamente, impotente, alco-ólico e agressivo.

Mas a hibridez da Mona Lisa não se reserva apenas ao modelo retratado. A própria tela conjuga, segundo especialistas, os dois géneros. Uma observação mais atenta permite constatar que olhada do lado direito parece mais volumosa que do lado esquerdo. Historicamente, os conceitos de masculino e feminino estão ligados aos lados direito e esquerdo, respectivamente. A Mona Lisa, pintada entre 1503 e 1505, encontra--se exposta no Museu do Louvre, em Paris.


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