NY Times: resgate a Portugal "não é democrático"
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NY Times: resgate a Portugal "não é democrático"
NY Times: resgate a Portugal "não é democrático"
por DN.pt
O The New York Times arrasa a estratégia da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a crise por impor cortes apenas para satisfazer os credores e sem pensar no crescimento. O editorial daquele que é um dos principais jornais dos EUA critica a exigência da UE em negociar já um pacote definitivo com o governo português, em vez de um empréstimo intercalar, quando o país vai a eleições em Junho.
"A insistência da UE e do FMI em que o governo demissionário português se comprometa com um plano a longo prazo de austeridade fiscal e reformas económicas, em troca do pacote de resgate, é um equívoco", escreve o NY Times em editorial, lembrando que o governo de José Sócrates só estará em funções até Junho.
"Não só falta legitimidade a qualquer pacote de reformas de um governo demissionário, mas também falta credibilidade junto dos investidores, que podem esperar que o próximo governo não sobreviva aos termos que serão inevitavelmente muito dolorosos. Em vez de exigir um pacote definitivo, a União Europeia e o FMI deveriam dar a Portugal um empréstimo intercalar e esperar para negociar um acordo até que o novo governo esteja em funcionamento. Isto daria aos eleitores portugueses uma hipótese de votar nas propostas de cada partido para lidar com a emergência", escreve o jornal nova-iorquino num editorial titula "Um Resgate Não Democrático".
A estratégia usada pela UE para lidar com os países em crise também é arrasada, porque os termos do acordo estão a "sufocar o crescimento" da Grécia e da Irlanda e a consequência é a de que a própria Alemanha já admite que Atenas terá de "reestruturar as duas dívidas em vez de as pagar na íntegra".
O NY Times diz que a fórmula da UE e do FMI para Portugal será "previsível": "cortes orçamentais profundos, cortes nos salários do sector público e aumento de impostos. É provável que exijam a privatização de empresas estatais e reformas nas leis laborais para ser mais barato contratar e demitir trabalhadores". "A abordagem assume que o aperto orçamental irá corrigir as finanças portuguesas, ignorando como um corte brutal nos gastos governamentais irá estropiar o crescimento e a capacidade de Portugal em pagar as suas dívidas. E é injusto exigir sacrifícios descomunais e longos ao povo português de modo a pagar aos credores 100 cêntimos por cada euro", aponta o jornal.
Tendo em conta que Lisboa tem dinheiro para os pagamento das dívidas que vencem em Abril e Maio, necessitando de ajuda para Junho, o NY Times sugere a atribuição de um empréstimo intervalar, com algumas exigências, e um acordo definitivo a ser negociado com o governo que sair das eleições, que seja apoiado pelos eleitores e no qual "os credores possam confiar".
por DN.pt
O The New York Times arrasa a estratégia da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a crise por impor cortes apenas para satisfazer os credores e sem pensar no crescimento. O editorial daquele que é um dos principais jornais dos EUA critica a exigência da UE em negociar já um pacote definitivo com o governo português, em vez de um empréstimo intercalar, quando o país vai a eleições em Junho.
"A insistência da UE e do FMI em que o governo demissionário português se comprometa com um plano a longo prazo de austeridade fiscal e reformas económicas, em troca do pacote de resgate, é um equívoco", escreve o NY Times em editorial, lembrando que o governo de José Sócrates só estará em funções até Junho.
"Não só falta legitimidade a qualquer pacote de reformas de um governo demissionário, mas também falta credibilidade junto dos investidores, que podem esperar que o próximo governo não sobreviva aos termos que serão inevitavelmente muito dolorosos. Em vez de exigir um pacote definitivo, a União Europeia e o FMI deveriam dar a Portugal um empréstimo intercalar e esperar para negociar um acordo até que o novo governo esteja em funcionamento. Isto daria aos eleitores portugueses uma hipótese de votar nas propostas de cada partido para lidar com a emergência", escreve o jornal nova-iorquino num editorial titula "Um Resgate Não Democrático".
A estratégia usada pela UE para lidar com os países em crise também é arrasada, porque os termos do acordo estão a "sufocar o crescimento" da Grécia e da Irlanda e a consequência é a de que a própria Alemanha já admite que Atenas terá de "reestruturar as duas dívidas em vez de as pagar na íntegra".
O NY Times diz que a fórmula da UE e do FMI para Portugal será "previsível": "cortes orçamentais profundos, cortes nos salários do sector público e aumento de impostos. É provável que exijam a privatização de empresas estatais e reformas nas leis laborais para ser mais barato contratar e demitir trabalhadores". "A abordagem assume que o aperto orçamental irá corrigir as finanças portuguesas, ignorando como um corte brutal nos gastos governamentais irá estropiar o crescimento e a capacidade de Portugal em pagar as suas dívidas. E é injusto exigir sacrifícios descomunais e longos ao povo português de modo a pagar aos credores 100 cêntimos por cada euro", aponta o jornal.
Tendo em conta que Lisboa tem dinheiro para os pagamento das dívidas que vencem em Abril e Maio, necessitando de ajuda para Junho, o NY Times sugere a atribuição de um empréstimo intervalar, com algumas exigências, e um acordo definitivo a ser negociado com o governo que sair das eleições, que seja apoiado pelos eleitores e no qual "os credores possam confiar".
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