Alemanha recua e aceita envolvimento apenas voluntário dos privados no resgate da Grécia

por **Vitor mango** Sex Jun 17, 2011 6:39 am

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Alemanha recua e aceita envolvimento apenas voluntário dos privados no resgate da Grécia

17.06.2011 - 12:40 Por Paulo Miguel Madeira

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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, acabou hoje por ceder na pretensão do seu Governo de que os credores privados da Grécia tenham de contribuir “substancialmente” para a resolução das finanças do país, admitindo que participem apenas numa base voluntária.

Merkel e Sarkozy deram uma conferência de imprensa conjunta

Merkel e Sarkozy deram uma conferência de imprensa conjunta
(REUTERS/Fabrizio Bensch)

“Gostaríamos de ter uma participação dos credores privados numa base voluntária”, disse Merkel aos jornalistas em Berlim, numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente da França, Nicolas Sarkozy. “Isto deve ser resolvido conjuntamente com o BCE. Não deve haver qualquer controvérsia com o BCE sobre isto”, acrescentou Merkel, citada pela agência Bloomberg.

O Presidente da França disse, por seu lado, que não há tempo a perder no acordo para o próximo programa de assistência financeira à Grécia, cuja decisão foi ontem adiada pelos ministros das Finanças da zona euro, para Julho ou Setembro. “Como Setembro não é tão rápido quanto possível e podemos ter outras preocupações em Agosto e estamos na segunda metade de Junho, percebem o que quero dizer”, disse Sarkozy(citado pela Reuters), sugerido que Julho será o limite.

A forma de envolver os credores privados no resgate financeiro da Grécia gerou uma divergência publica entre a Alemanha, por um lado, e a França, o BCE a a Comissão Europeia, por outro.

O Governo alemão fez saber há algumas semanas que queria um envolvimento “substancial” dos credores privados no segundo pacote de financiamento à Grécia, que está em preparação, tendo avançado com a possibilidade de um reescalonamento dos títulos a vencer, cujo reembolso o Governo de Merkel propôs que fosse adiado sete anos, de modo a dar tempo ao país de reequilibrar as suas contas e retomar o crescimento económico. A declaração de Merkel hoje vem colocar um fim à disputa.

O Governo francês opôs-se, tal como o BCE e a Comissão, que disseram apenas aceitar o envolvimento dos privados a título individual, de modo a não criar um “evento de crédito”, que se regista quando alguma das condições de reembolso de dívida não é cumprida e permite accionar os seguros de crédito, os credit default swaps (CDS).

Esta divergência, que tem envolvido também outros países europeus, alinhados por cada uma destas posições, foi a razão principal de ontem os membros da zona euro não terem decido ainda a atribuição de um novo programa de resgate financeiro da Grécia a médio prazo (além dos 110 mil milhões decididos no ano passado), que em Bruxelas se tem feito saber que dever ficar entre 60 mil milhões e 90 mil milhões de euros.