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Bancos centrais lançam nova ofensiva para resgatar economia global

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Mensagem por Vitor mango Qui Jul 05, 2012 9:19 am

Bancos centrais lançam nova ofensiva para resgatar economia global (act.)
05 Julho 2012 | 15:10
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt


Numa acção possivelmente coordenada, as autoridades monetárias na Europa e na China anunciaram hoje medidas destinadas a travar a desaceleração que tomou conta da economia global.
Os bancos centrais voltaram hoje a lançar-se em socorro da economia, com descidas das taxas de juro e aumento dos programas de compra de obrigações, numa ofensiva conjunta, e possivelmente coordenada, destinada a travar os sinais de abrandamento e mesmo de recessão que estão de regresso, em particular na Europa.

No lapso de menos de uma hora, as autoridades monetárias britânicas anunciaram o aumento do valor do seu programa de compra de obrigações, ao passo que as congéneres chinesa e da Zona Euro optavam por anunciar descidas nas taxas de juro. No caso da China, é a segunda vez no espaço de um mês que se cortam as taxas. No caso da Zona Euro, a descida – a primeira desde Dezembro – coloca as taxas de referência de cedência de liquidez num novo mínimo histórico. Pouco depois, chegou a decisão do Banco da Dinamarca, que passa agora a cobrar aos bancos que refugiem os respectivos depósitos na sua "caixa forte".

Com a inflação controlada e a economia em franco arrefecimento, o BCE cumpriu as expectativas dos investidores e anunciou uma descida da taxa de juro de 25 pontos-base para 0,75%. Para tentar forçar os bancos a emprestarem uns aos outros, reanimando o mercado interbancário, a taxa paga aos bancos pelos depósitos no BCE cai simultaneamente para um inusitado zero.

Em Londres a opção foi diferente, mas estando o Reino Unido já em recessão as motivações terão sido semelhantes às de Frankfurt. Com o propósitio de injectar mais liquidez na economia, o comité de política monetária do Banco de Inglaterra decidiu acrescentar mais 50 mil milhões de libras ao seu programa de compra de obrigações, que fica agora autorizado a gastar até 375 mil milhões de libras em títulos (466,66 mil milhões de euros). A taxa de juro de referência permaneceu, por seu lado, inalterada no mínimo histórico de 0,5% em que está fixada desde Março de 2009.

Já a China, cuja actividade económica está em desaceleração há seis trimestres, cortou as taxas de juro pela segunda vez no curto espaço de um mês, reduzindo em 0,31 pontos percentuais para 6% o valor de referência para a concessão de crédito e em 0,25 pontos para 3% o juro nos depósitos. Opção seguida também pelo banco central dinamarquês, que baixou a taxa de referência no crédito para um novo mínimo histórico de 2%, enquanto punha sinal negativo, -0,2%, nas taxas de depósito, o que quer dizer que deixará de pagar para passar a cobrar aos bancos que procurem o banco central para proteger os seus recursos.

Mário Draghi, presidente do BCE, não confirmou hoje que as acções das autoridades monetárias tenham sido deliberadamente coordenadas, afirmando inclusive que "não houve qualquer comunicação além da usual troca de pontos de vista".

Alguns analistas consideram, porém, que está em marcha uma nova ofensiva dos bancos centrais para tentar resgatar a economia global, que volta a apresentar sintomas de severa recaída, depois de nunca se ter inteiramente refeito da "Grande Recessão" provocada pela crise financeira de 2008. "Estas acções parecem encaixar-se numa campanha global coordenada de alívio" das condições monetárias, considera Nick Kounis, economista-chefe do departamento de "research" do ABN Amro em Amesterdão, em declarações à Bloomberg.

A actuação coincidente dos quatro bancos centrais ocorre duas semanas depois de a Reserva Federal norte-americana ter anunciado um reforço da "Operação 'Twist", através da qual venderá 267 mil milhões de dólares de títulos de mais curto prazo e comprará dívida de mais longo prazo no mesmo montante, com o intuito de injectar mais liquidez - e desejavelmente dinamismo - numa economia que tem estado a crescer, mas a um ritmo demasiado moderado para criar empregos.

Um pouco por todo o mundo, os bancos centrais têm sido protagonistas de primeira linha no combate à crise que detonou em Wall Street, ainda em meados de 2007. A última acção deliberadamente concertada ocorreu no ano passado, e envolveu os bancos centrais da Suíça, Reino Unido, Canadá, Japão, Estados Unidos e o BCE. Desde há três semanas, no rescaldo da cimeira do G20 de Los Cabos, que os mercados especulam sobre uma nova iniciativa conjunta.

Recorda a agência Bloomberg que, ao longo de Junho, vários bancos centrais haviam já descido as respectivas taxas de referência, designadamente os de Austrália, República Checa e Israel.


(Notícia actualizada às 15h35)

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