Tema da eleição iraniana, crise econômica se agravou após novas sanções
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Tema da eleição iraniana, crise econômica se agravou após novas sanções
Tema da eleição iraniana, crise econômica se agravou após novas sanções
Medidas impostas pelos EUA provocaram fechamento de indústrias, alta dos preços e desvalorização da moeda nacional
Dificuldade em comprar itens básicos, obter medicamentos e manter o emprego: essa se tornou a realidade de milhares de iranianos que desde o último ano, sofrem com as consequências de uma prolongada crise econômica. Os eleitores devem ir às urnas nesta sexta-feira (14/06) preocupados com questões básicas a sua sobrevivência, aponta o professor de Relações Internacionais da SOAS (Escola de Estudos Orientais e Africanos na sigla em inglês), Arshin Adib-Moghaddam.
Efe
Cartaz em Teerã, capital do país. Milhares de iranianos sofrem com as consequências de uma extensa crise econômica
Os dados apontam que a situação socioeconômica no país não está fácil e, de fato, piorou desde o segundo semestre do ano passado. Segundo estatísticas oficiais do início de 2013, a inflação no país subiu para 30%, um recorde na história iraniana, mas pesquisas privadas estimam que a taxa chegou a 40% no final do ano passado.
Os preços de alimentação cresceram cerca de 60% durante os últimos doze meses e a moeda nacional (rial iraniano) sofreu uma desvalorização de 80% no mercado internacional desde 2011: até 2010, cerca de 9 mil riais eram comercializados por cada dólar; nos primeiros meses deste ano, 33,2 mil riais equivaliam ao dólar.
O problema é que a economia iraniana é altamente globalizada e grande parte dos seus setores depende de itens importados para a produção, explica o processor de economia Djavad Salehi-Isfahani. Com o encarecimento da compra de matérias-primas, diversas indústrias fecharam ou paralisaram seus serviços, deixando milhares de iranianos desempregados ou sem receber salários. Os jovens de 20 a 24 anos são os mais afetados, cerca de 30% estão sem emprego, segundo estimativas citadas pelo jornal Tehran Chronicle.
Leia mais
Existe um consenso entre os analistas de que as sanções internacionais impostas por Estados Unidos e países aliados, União Europeia e Conselho de Segurança das Nações Unidas em resposta ao programa nuclear iraniano são a principal causa da crise.
Até mesmo opositores do governo de Mahmoud Ahmadinejad e defensores da política norte-americana admitem a relação entre o embargo e a atual situação do país. Um editorial do jornal conservador Boston Global, datado de outubro de 2012, por exemplo, afirma que “enquanto a economia iraniana entra em colapso, as sanções ainda dão frutos” e acrescenta “o sofrimento consequente do embargo é menor do que o gerado por uma guerra”.
“Oficialmente, as sanções supostamente devem ser ‘inteligentes’ e ‘orientadas’ com o objetivo de atingir apenas o governo iraniano, especialmente a Guarda Revolucionária, o corpo militar mais importante do Irã”, explica o professor Mohamed Sahimi, que é especialista na questão nuclear iraniana. “Mas, na realidade, os membros mais vulneráveis da sociedade, isto é, milhões de iranianos comuns, são os que estão sofrendo mais”.
Histórico de embargos
As sanções não são uma novidade para o governo iraniano, que, desde a Revolução de 1979, sofre com embargos encabeçados pelos EUA, mas houve uma grande piora a partir da segunda metade de 2012 com a aprovação de novos pacotes que impedem qualquer tipo de transação entre contas iranianas e internacionais.
Efe
Apoiadoras do candidato à eleição presidencial iraniana Saeed Jalili seguram cartazes com foto do político em Teerã
A aderência da SWIFF (Sociedade para Telecomunicação Interbancária e Financeira na sigla em inglês), responsável pelos serviços de comunicação eletrônica entre instituições financeiras, e de países europeus ao embargo complicou, ainda mais, a situação iraniana.
“A imposição das sanções de 2012 tornaram impossível transferir fundos para fora e dentro do país”, afirma o estudo “A Growing Crisis” da ICHRI (Campanha Internacional pelos Direitos Humanos no Irã na sigla em inglês). Muitos iranianos que moram nos Estados Unidos relataram que tiveram suas contas bloqueadas por manterem algum tipo de transação com o país; alguns destes pertencem, até mesmo, à oposição ao governo iraniano. O bloqueio chega a impedir até mesmo a assinatura de jornais internacionais ou reserva de quartos em hotéis estrangeiros.
As receitas iranianas originadas da venda de petróleo e gás natural, que representam 80% da exportação nacional, caíram pela metade em 2012 como consequência direta das novas restrições norte-americanas, reduzindo em 36% o orçamento publico deste ano.
“Com sua receita reduzida pela metade e incapaz de transferir seus lucros com o petróleo para o Irã, o governo iraniano tem encontrado problemas para suprir os fundos necessários a fim de apoiar a sua moeda. Como resultado, a inflação cresceu significativamente, chegando a 50% segundo algumas estimativas”, explica a pesquisa do ICHRI.
“A crise de moeda e queda nas receitas públicas desvalorizaram, por sua vez, o valor do rial iraniano, aumentaram os custos e diminuíram a importação de itens essenciais e não-essenciais, reduziram a base tributária, exauriram, ainda mais, a receita governamental, e ampliaram, fortemente, a inflação e o desemprego”, acrescenta o texto.
Medidas impostas pelos EUA provocaram fechamento de indústrias, alta dos preços e desvalorização da moeda nacional
Dificuldade em comprar itens básicos, obter medicamentos e manter o emprego: essa se tornou a realidade de milhares de iranianos que desde o último ano, sofrem com as consequências de uma prolongada crise econômica. Os eleitores devem ir às urnas nesta sexta-feira (14/06) preocupados com questões básicas a sua sobrevivência, aponta o professor de Relações Internacionais da SOAS (Escola de Estudos Orientais e Africanos na sigla em inglês), Arshin Adib-Moghaddam.
Efe
Cartaz em Teerã, capital do país. Milhares de iranianos sofrem com as consequências de uma extensa crise econômica
Os dados apontam que a situação socioeconômica no país não está fácil e, de fato, piorou desde o segundo semestre do ano passado. Segundo estatísticas oficiais do início de 2013, a inflação no país subiu para 30%, um recorde na história iraniana, mas pesquisas privadas estimam que a taxa chegou a 40% no final do ano passado.
Os preços de alimentação cresceram cerca de 60% durante os últimos doze meses e a moeda nacional (rial iraniano) sofreu uma desvalorização de 80% no mercado internacional desde 2011: até 2010, cerca de 9 mil riais eram comercializados por cada dólar; nos primeiros meses deste ano, 33,2 mil riais equivaliam ao dólar.
O problema é que a economia iraniana é altamente globalizada e grande parte dos seus setores depende de itens importados para a produção, explica o processor de economia Djavad Salehi-Isfahani. Com o encarecimento da compra de matérias-primas, diversas indústrias fecharam ou paralisaram seus serviços, deixando milhares de iranianos desempregados ou sem receber salários. Os jovens de 20 a 24 anos são os mais afetados, cerca de 30% estão sem emprego, segundo estimativas citadas pelo jornal Tehran Chronicle.
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Existe um consenso entre os analistas de que as sanções internacionais impostas por Estados Unidos e países aliados, União Europeia e Conselho de Segurança das Nações Unidas em resposta ao programa nuclear iraniano são a principal causa da crise.
Até mesmo opositores do governo de Mahmoud Ahmadinejad e defensores da política norte-americana admitem a relação entre o embargo e a atual situação do país. Um editorial do jornal conservador Boston Global, datado de outubro de 2012, por exemplo, afirma que “enquanto a economia iraniana entra em colapso, as sanções ainda dão frutos” e acrescenta “o sofrimento consequente do embargo é menor do que o gerado por uma guerra”.
“Oficialmente, as sanções supostamente devem ser ‘inteligentes’ e ‘orientadas’ com o objetivo de atingir apenas o governo iraniano, especialmente a Guarda Revolucionária, o corpo militar mais importante do Irã”, explica o professor Mohamed Sahimi, que é especialista na questão nuclear iraniana. “Mas, na realidade, os membros mais vulneráveis da sociedade, isto é, milhões de iranianos comuns, são os que estão sofrendo mais”.
Histórico de embargos
As sanções não são uma novidade para o governo iraniano, que, desde a Revolução de 1979, sofre com embargos encabeçados pelos EUA, mas houve uma grande piora a partir da segunda metade de 2012 com a aprovação de novos pacotes que impedem qualquer tipo de transação entre contas iranianas e internacionais.
Efe
Apoiadoras do candidato à eleição presidencial iraniana Saeed Jalili seguram cartazes com foto do político em Teerã
A aderência da SWIFF (Sociedade para Telecomunicação Interbancária e Financeira na sigla em inglês), responsável pelos serviços de comunicação eletrônica entre instituições financeiras, e de países europeus ao embargo complicou, ainda mais, a situação iraniana.
“A imposição das sanções de 2012 tornaram impossível transferir fundos para fora e dentro do país”, afirma o estudo “A Growing Crisis” da ICHRI (Campanha Internacional pelos Direitos Humanos no Irã na sigla em inglês). Muitos iranianos que moram nos Estados Unidos relataram que tiveram suas contas bloqueadas por manterem algum tipo de transação com o país; alguns destes pertencem, até mesmo, à oposição ao governo iraniano. O bloqueio chega a impedir até mesmo a assinatura de jornais internacionais ou reserva de quartos em hotéis estrangeiros.
As receitas iranianas originadas da venda de petróleo e gás natural, que representam 80% da exportação nacional, caíram pela metade em 2012 como consequência direta das novas restrições norte-americanas, reduzindo em 36% o orçamento publico deste ano.
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“A crise de moeda e queda nas receitas públicas desvalorizaram, por sua vez, o valor do rial iraniano, aumentaram os custos e diminuíram a importação de itens essenciais e não-essenciais, reduziram a base tributária, exauriram, ainda mais, a receita governamental, e ampliaram, fortemente, a inflação e o desemprego”, acrescenta o texto.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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