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Tea Party à portuguesa
por PEDRO MARQUES LOPESHoje[url=http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=3575428&seccao=Pedro Marques lopes&tag=Opini%E3o - Em Foco#AreaComentarios]31 comentários[/url]
Há quem tenha ficado muito revoltado, chocado até, com a posição assumida pelo secretário de Estado da Integração Europeia, Bruno Maçães, numa mesa redonda sobre "governância económica e crise europeia", em Atenas. Em termos muito simples, este cavalheiro, representando o Estado português, mostrou total alinhamento com as posições alemães e contra qualquer tipo de iniciativa, dos países mais afectados pela crise, para encontrar uma alternativa. Mais tarde, quando acusado de ser mais troikista que a troika, mais alemão que os alemães e fanático da velocidade do ajustamento, veio para uma rede social orgulhar-se de assim ser tratado.
Ora, eu acho que o ex-autor de discursos de Passos Coelho merece ser elogiado. Não pelas posições expressas, mas pela maneira clara e desassombrada como exprimiu a posição do Governo português e as convicções políticas e ideológicas de quem nos governa.
Bruno Maçães, um dos principais ideólogos do primeiro-ministro, fez cair todas as máscaras. Não é que já não suspeitássemos, mas agora ficou absolutamente claro que o Governo não negoceia com a troika. Ou melhor, negoceia mas dentro do espírito "tu dizes mata, e eu esfola". Hoje, estes liberais de badana devem estar a esconjurar Gaspar, esse traidor que não percebeu o sentido da História.
Espero que agora não exista mais discussão sobre o porquê do Governo ter aplicado o dobro da austeridade contratada no memorando. Nem sobre se o primeiro-ministro queria dizer outra coisa quando afirmou que este seria sempre o seu programa, mesmo sem memorando. Ficou cristalino que aquilo de ir para além da troika não foi um "erro de comunicação". Era mesmo assim. E às tantas até foi escrito pelo Maçães.
Afinal não se pediu nada. Nem mais prazo, nem menos esforços para a classe média, nem para ninguém: é preciso esmagar. "Drill, baby, drill": o Maçães é capaz de ter aproveitado este slogan desse movimento que tanto admira, o Tea Party americano - é um confesso admirador e apoiante de Sarah Pallin -, e sugerido aos nossos credores que o adaptassem aos portugueses: "Perfurem, rapazes, perfurem, que os meus concidadãos ainda não estão secos."
Tea Party à portuguesa
por PEDRO MARQUES LOPESHoje[url=http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=3575428&seccao=Pedro Marques lopes&tag=Opini%E3o - Em Foco#AreaComentarios]31 comentários[/url]
Há quem tenha ficado muito revoltado, chocado até, com a posição assumida pelo secretário de Estado da Integração Europeia, Bruno Maçães, numa mesa redonda sobre "governância económica e crise europeia", em Atenas. Em termos muito simples, este cavalheiro, representando o Estado português, mostrou total alinhamento com as posições alemães e contra qualquer tipo de iniciativa, dos países mais afectados pela crise, para encontrar uma alternativa. Mais tarde, quando acusado de ser mais troikista que a troika, mais alemão que os alemães e fanático da velocidade do ajustamento, veio para uma rede social orgulhar-se de assim ser tratado.
Ora, eu acho que o ex-autor de discursos de Passos Coelho merece ser elogiado. Não pelas posições expressas, mas pela maneira clara e desassombrada como exprimiu a posição do Governo português e as convicções políticas e ideológicas de quem nos governa.
Bruno Maçães, um dos principais ideólogos do primeiro-ministro, fez cair todas as máscaras. Não é que já não suspeitássemos, mas agora ficou absolutamente claro que o Governo não negoceia com a troika. Ou melhor, negoceia mas dentro do espírito "tu dizes mata, e eu esfola". Hoje, estes liberais de badana devem estar a esconjurar Gaspar, esse traidor que não percebeu o sentido da História.
Espero que agora não exista mais discussão sobre o porquê do Governo ter aplicado o dobro da austeridade contratada no memorando. Nem sobre se o primeiro-ministro queria dizer outra coisa quando afirmou que este seria sempre o seu programa, mesmo sem memorando. Ficou cristalino que aquilo de ir para além da troika não foi um "erro de comunicação". Era mesmo assim. E às tantas até foi escrito pelo Maçães.
Afinal não se pediu nada. Nem mais prazo, nem menos esforços para a classe média, nem para ninguém: é preciso esmagar. "Drill, baby, drill": o Maçães é capaz de ter aproveitado este slogan desse movimento que tanto admira, o Tea Party americano - é um confesso admirador e apoiante de Sarah Pallin -, e sugerido aos nossos credores que o adaptassem aos portugueses: "Perfurem, rapazes, perfurem, que os meus concidadãos ainda não estão secos."
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