Chávez perde a capital e mais três Estados Claudia Jardim De Caracas para a BBC Brasil
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Chávez perde a capital e mais três Estados Claudia Jardim De Caracas para a BBC Brasil
Chávez perde a capital e mais três Estados
Claudia Jardim
De Caracas para a BBC Brasil
Chávez em discurso após a divulgação de resultados
Chávez: 'Uma grande vitória da democracia'
O governo do presidente venezuelano Hugo Chávez perdeu o controle da prefeitura metropolitana de Caracas e do Estado (distrito federal) de Miranda nas eleições deste domingo.
Os venezuelanos elegeram um total de 23 governadores, 328 prefeitos, além de 233 legisladores regionais.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o governo venceu em 17 dos 22 Estados em disputa e continuará mantendo o controle da maioria dos governos estaduais.
Os resultados correspondem a 95,67% das urnas apuradas.
Houve empate técnico nos Estados de Carabobo, Táchira e no município Sucre, o mais populoso da região metropolitana de Caracas (que inclui cinco municípios), razão pela qual o CNE só anunciará os resultados depois da totalização de todos os votos.
"Hoje falou de novo o povo venezuelano, parabéns (...) o povo se expressou e olha com que contundência", afirmou Chávez ao admitir a vitória de seus adversários, logo depois do anúncio oficial do CNE na madrugada desta segunda-feira.
Chávez disse que a jornada eleitoral foi uma "grande vitória da democracia" em seu país. "Oxalá ninguém nunca mais caia na tentação de sair fora do marco da Constituição", afirmou Chávez em referência a seus adversários que apoiaram a tentativa de golpe de Estado de 2002 e que hoje saíram vitoriosos das urnas.
Em tom conciliador, Chávez pediu que seus adversários respeitem seu governo. "Aos prefeitos que se dedicaram a conspirar, a trazer paramilitares, aos novos governadores (...) eu como chefe de Estado reconheço esse triunfo e espero que vocês reconheçam a este governo", afirmou.
Oposição
A surpresa desta jornada eleitoral foi na prefeitura metropolitana de Caracas, o segundo posto mais importante do país, depois da Presidência. Antonio Ledezma, um velho líder opositor venceu com 52,45% dos votos ao candidato chavista Aristóbulo Isturiz que obteve 44,92% dos votos. Ambos já foram prefeitos da cidade.
No Distrito Federal de Miranda, na capital Caracas, o atual governador chavista, Diosdado Cabello, candidato à reeleição, foi derrotado por Capriles Radonski, atual prefeito do município Baruta, um dos cinco municípios da região metropolitana de Caracas. Radonski obteve 52,56% dos votos contra 46,64% de Cabello.
A oposição continuará no controle do Estado de Zulia, reduto anti-chavista controlado pelo governador Manuel Rosales, principal líder da oposição e candidato à prefeitura de Maracaibo. Os resultados desta cidade ainda não foram anunciados, mas Rosales deve ganhar com facilidade de acordo com pesquisas.
O governo de Zulia ficará no controle de Pablo Perez do partido opositor Um Novo Tempo, que venceu com 53,59% dos votos contra o candidato do governo Gian Carlo Di Martino que obteve 45,02%.
O Estado Nueva Esparta, onde está o balneário de Isla Margarita, continuará no controle da oposição.
Jornada eleitoral
Os venezuelanos madrugaram neste domingo para ir às urnas. As longas filas que duraram todo o dia obrigaram alguns centros de votação a permanecer abertos até as 22h (00h30 de Brasília), por determinação do CNE. A legislação venezuelana prevê que as urnas não podem ser fechadas enquanto houver eleitores na fila de votação.
A medida, porém, foi questionada pela oposição. O líder do partido Podemos, Ismael Garcia, que rompeu com a base governista no ano passado, disse que a intenção de deixar as mesas abertas seria para "obrigar" eleitores chavistas a reverter, na última hora, a votação a favor dos candidatos do governo.
De acordo com o CNE, a participação nessas eleições ultrapassou o recorde histórico com mais de 65% do total de 17 milhões de eleitores.
Voto castigo
No bairro periférico 23 de Enero, um dos redutos chavistas em Caracas, o taxista Rafael Landaeta disse à BBC Brasil estar descontente com a atual administração da cidade e que, pela primeira vez nesses 10 anos de governo Chávez, votaria na oposição, que saiu vitoriosa na cidade de Caracas.
"Os prefeitos chavistas simplesmente abandonaram esse bairro e se dedicaram à corrupção. Precisamos de mão forte para combater a delinqüência", afirmou.
De acordo com o instituto de pesquisas Hinterlaces, a insegurança é a principal preocupação de 79% dos venezuelanos.
O taxista disse que continua apoiando o presidente, mas pretende castigar o governo local.
"Apoio Chávez por ser o líder desse processo de transformação. O país está melhor e não podemos retroceder, por isso precisamos de mudanças, não podemos ser coniventes com a ineficiência", disse.
Chávez admitiu que a derrota em Caracas e Miranda levará seu partido a fazer uma autocrítica, mas disse que a "revolução bolivariana" saiu fortalecida do pleito.
"Começa uma nova etapa, essa grande vitória socialista é um sinal muito forte. Chávez continuará pelo mesmo caminho, o caminho do socialismo bolivariano", afirmou.
Claudia Jardim
De Caracas para a BBC Brasil
Chávez em discurso após a divulgação de resultados
Chávez: 'Uma grande vitória da democracia'
O governo do presidente venezuelano Hugo Chávez perdeu o controle da prefeitura metropolitana de Caracas e do Estado (distrito federal) de Miranda nas eleições deste domingo.
Os venezuelanos elegeram um total de 23 governadores, 328 prefeitos, além de 233 legisladores regionais.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o governo venceu em 17 dos 22 Estados em disputa e continuará mantendo o controle da maioria dos governos estaduais.
Os resultados correspondem a 95,67% das urnas apuradas.
Houve empate técnico nos Estados de Carabobo, Táchira e no município Sucre, o mais populoso da região metropolitana de Caracas (que inclui cinco municípios), razão pela qual o CNE só anunciará os resultados depois da totalização de todos os votos.
"Hoje falou de novo o povo venezuelano, parabéns (...) o povo se expressou e olha com que contundência", afirmou Chávez ao admitir a vitória de seus adversários, logo depois do anúncio oficial do CNE na madrugada desta segunda-feira.
Chávez disse que a jornada eleitoral foi uma "grande vitória da democracia" em seu país. "Oxalá ninguém nunca mais caia na tentação de sair fora do marco da Constituição", afirmou Chávez em referência a seus adversários que apoiaram a tentativa de golpe de Estado de 2002 e que hoje saíram vitoriosos das urnas.
Em tom conciliador, Chávez pediu que seus adversários respeitem seu governo. "Aos prefeitos que se dedicaram a conspirar, a trazer paramilitares, aos novos governadores (...) eu como chefe de Estado reconheço esse triunfo e espero que vocês reconheçam a este governo", afirmou.
Oposição
A surpresa desta jornada eleitoral foi na prefeitura metropolitana de Caracas, o segundo posto mais importante do país, depois da Presidência. Antonio Ledezma, um velho líder opositor venceu com 52,45% dos votos ao candidato chavista Aristóbulo Isturiz que obteve 44,92% dos votos. Ambos já foram prefeitos da cidade.
No Distrito Federal de Miranda, na capital Caracas, o atual governador chavista, Diosdado Cabello, candidato à reeleição, foi derrotado por Capriles Radonski, atual prefeito do município Baruta, um dos cinco municípios da região metropolitana de Caracas. Radonski obteve 52,56% dos votos contra 46,64% de Cabello.
A oposição continuará no controle do Estado de Zulia, reduto anti-chavista controlado pelo governador Manuel Rosales, principal líder da oposição e candidato à prefeitura de Maracaibo. Os resultados desta cidade ainda não foram anunciados, mas Rosales deve ganhar com facilidade de acordo com pesquisas.
O governo de Zulia ficará no controle de Pablo Perez do partido opositor Um Novo Tempo, que venceu com 53,59% dos votos contra o candidato do governo Gian Carlo Di Martino que obteve 45,02%.
O Estado Nueva Esparta, onde está o balneário de Isla Margarita, continuará no controle da oposição.
Jornada eleitoral
Os venezuelanos madrugaram neste domingo para ir às urnas. As longas filas que duraram todo o dia obrigaram alguns centros de votação a permanecer abertos até as 22h (00h30 de Brasília), por determinação do CNE. A legislação venezuelana prevê que as urnas não podem ser fechadas enquanto houver eleitores na fila de votação.
A medida, porém, foi questionada pela oposição. O líder do partido Podemos, Ismael Garcia, que rompeu com a base governista no ano passado, disse que a intenção de deixar as mesas abertas seria para "obrigar" eleitores chavistas a reverter, na última hora, a votação a favor dos candidatos do governo.
De acordo com o CNE, a participação nessas eleições ultrapassou o recorde histórico com mais de 65% do total de 17 milhões de eleitores.
Voto castigo
No bairro periférico 23 de Enero, um dos redutos chavistas em Caracas, o taxista Rafael Landaeta disse à BBC Brasil estar descontente com a atual administração da cidade e que, pela primeira vez nesses 10 anos de governo Chávez, votaria na oposição, que saiu vitoriosa na cidade de Caracas.
"Os prefeitos chavistas simplesmente abandonaram esse bairro e se dedicaram à corrupção. Precisamos de mão forte para combater a delinqüência", afirmou.
De acordo com o instituto de pesquisas Hinterlaces, a insegurança é a principal preocupação de 79% dos venezuelanos.
O taxista disse que continua apoiando o presidente, mas pretende castigar o governo local.
"Apoio Chávez por ser o líder desse processo de transformação. O país está melhor e não podemos retroceder, por isso precisamos de mudanças, não podemos ser coniventes com a ineficiência", disse.
Chávez admitiu que a derrota em Caracas e Miranda levará seu partido a fazer uma autocrítica, mas disse que a "revolução bolivariana" saiu fortalecida do pleito.
"Começa uma nova etapa, essa grande vitória socialista é um sinal muito forte. Chávez continuará pelo mesmo caminho, o caminho do socialismo bolivariano", afirmou.
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