6 forcados mortos nas arenas nas últimos 20 anos 16 | 03 | 2009

6 forcados mortos nas arenas nas últimos 20 anos
16 | 03 | 2009 18.16H

O forcado Francisco Matias, dos Amadores de Portalegre, falecido hoje na sequência de uma violenta colhida durante um treino, é o sexto forcado que morre nas últimas duas décadas nas praças de toiros portuguesas.
Destak/Lusa | destak@destak.pt

O número foi hoje divulgado à agência Lusa pelo vice-presidente da Associação Nacional de Grupos de Forcados (ANGF), José Luís Gomes, salientando que Francisco Matias, de 25 anos, foi o primeiro a morrer durante um treino.

“Nos últimos vinte anos, morreram seis forcados nas nossas arenas, um número baixo em relação ao grau de risco que é a arte de pegar toiros”, afirmou.

Francisco Matias, do Grupo de Forcados Amadores de Portalegre, morreu hoje no Hospital de São José, em Lisboa, na sequência de uma violenta colhida durante um treino daquele grupo alentejano, no último sábado.

Fonte médica adiantou à Lusa que o forcado alentejano, natural de Tolosa, concelho de Nisa, faleceu vítima de um “traumatismo crânio-encefálico”.

O forcado foi vítima de uma violenta colhida, no sábado, durante um treino do seu grupo, que se realizava na Praça de Toiros de Esperança, no concelho de Arronches.

Francisco Matias, que cumpria esta temporada tauromáquica quatro anos ao serviço do Grupo de Forcados de Portalegre, ensaiava uma pega em "sorte de gaiola" (tentativa de pegar a vaca mal esta saísse dos curros), quando sofreu o acidente.

O forcado foi violentamente projectado contra a parede da Praça de Toiros, tendo sido de imediato transportado para o Hospital de Portalegre em estado considerado “muito grave”.

Segundo fonte do gabinete de imprensa daquela unidade hospitalar, foi diagnosticado ao jovem um “traumatismo craniano muito grave”.

Após alguns exames no hospital alentejano, Francisco Matias foi evacuado num helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para o Hospital de São José, onde veio hoje a falecer na unidade de urgência médica.

De acordo com José Luís Gomes, que exerce também o cargo de cabo do Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, este é o “segundo caso de uma vítima mortal” na história da associação, constituída em 2001.

“O primeiro a falecer foi o popular Pitó, do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira, em 2002, na Praça de Toiros de Arruda dos Vinhos, e agora Francisco Matias, do Grupo de Portalegre”, recordou.

A ANGF, que vai assegurar as despesas do funeral do forcado de Portalegre, é constituída por 38 grupos de forcados e seis pré-associados.

A morte de Francisco Matias surge onze anos depois de outro forcado, Pedro Belacorça, também do Grupo de Portalegre, ter morrido em consequência de um acidente sofrido no Campo Pequeno (bandarilha cravou-se no seu peito quando dava ajudas numa pega), numa corrida comemorativa da inauguração da Expo-98.

Contactado pela Lusa, Fernando Coelho, cabo do Grupo de Forcados Amadores de Portalegre, fundado em 25 de Maio de 1969, mostrou-se “desolado com a tragédia” que voltou a assolar aquele grupo de forcados.

“É um momento psicológico muito mau. O grupo é composto por uma média de idade muito baixa e numa altura em que conto com cerca de 40 elementos, tenho a dizer que é um momento muito difícil para nós”, lamentou

E quantos touros foram mortos durante esse tempo?

Vagueante escreveu:E quantos touros foram mortos durante esse tempo?