Visita de Bento 16 foi 'um sucesso', dizem israelenses e palestinos
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Visita de Bento 16 foi ''um sucesso'', dizem israelenses e palestinos
Visita de Bento 16 foi 'um sucesso', dizem israelenses e palestinos
Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil
Papa falou com Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina,...
Embora tenha havido polêmica durante a visita do papa Bento 16 a Israel
e aos territórios palestinos, representantes do Vaticano, de Israel e
da Autoridade Palestina disseram à BBC Brasil que a passagem do
pontífice pela região foi "histórica e bem-sucedida".
O
papa Bento 16 termina nesta sexta-feira sua visita a Israel e aos
territórios palestinos, definida pelo Vaticano como "peregrinação pela
paz", com uma visita à Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, onde
segundo a tradição cristã, Jesus foi crucificado e sepultado.
Durante os últimos cinco dias, o papa visitou Jerusalém, Nazaré e a
cidade de Belém, e se encontrou com líderes políticos israelenses e
palestinos.
O pontífice esteve nos
principais lugares sagrados para as três religiões monoteístas e
realizou três missas a céu aberto, com participação de dezenas de
milhares de pessoas.
De acordo com o porta-voz do Vaticano em Jerusalém, Wadi Abu Nassar, "a visita foi muito bem-sucedida".
... e com o premiê israelense Binyamin Netanyahu
Nassar destacou que a visita trouxe "muita alegria aos cristãos da região e lhes deu esperança".
"A
visita de Sua Santidade a esta região contribuiu para as relações tanto
com os israelenses como com os palestinos e esperamos dar continuidade
à aproximação com todos", disse Nassar.
Incidentes
O
porta-voz do Vaticano não mencionou, em sua declaração à BBC Brasil,
alguns incidentes que ocorreram durante a visita e que causaram
desconforto no Vaticano.
O principal
incidente ocorreu depois da visita de Bento 16 ao Memorial do
Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. O discurso do papa durante aquela
visita foi recebido com duras críticas por parte do próprio Yad Vashem,
de líderes políticos e religiosos e também por parte da imprensa local.
O
papa foi acusado de omitir, em seu discurso no Yad Vashem, a
responsabilidade dos nazistas pelo extermínio de seis milhões de judeus
durante a Segunda Guerra Mundial e também de "não ter pedido desculpas".
O
Vaticano reagiu com uma nota incisiva, afirmando que "Sua Santidade não
é obrigado a pedir desculpas por algo que não fez e que havia
mencionado os seis milhões de judeus exterminados no Holocausto no
momento de sua chegada a Israel, já no aeroporto Ben Gurion".
No entanto, o governo israelense não compartilhou da opinião do Yad Vashem e afirmou que o museu "falou em seu próprio nome".
Ao
resumir a visita do papa, o porta-voz do ministério das Relações
Exteriores de Israel, Yossi Levy, disse à BBC Brasil que "apesar dos
momentos delicados que ocorreram nesta visita, o governo israelense a
considera um dos eventos mais importantes da história do país".
De acordo com Levy, a visita foi "especial e muito bem-sucedida".
"Temos
certeza de que, nesta visita, o diálogo entre Israel e o Vaticano
avançou de maneira significativa", disse. "Este foi um encontro
histórico com contribuições politicas, culturais e religiosas da maior
importância."
João Paulo 2º
Embora
o sentimento popular aqui em Israel seja de que a visita do papa João
Paulo 2º, em 2000, teria sido "melhor e mais simpática", do que a
visita de Bento 16, considerada "fria", analistas dizem que do ponto de
vista do conteúdo, o atual pontífice fez pronunciamentos que indicam
uma maior aproximação com Israel do que seu antecessor.
Em artigo no jornal Haaretz, o analista Lior Kudner comparou os discursos feitos pelos dois pontífices.
Segundo
Kudner, em sua visita no ano 2000, João Paulo 2º afirmou que "devemos,
sempre e em todos os lugares, agir na direção de expor a verdadeira
face dos judeus e do Judaísmo, assim como dos cristãos e do
Cristianismo".
Já o papa Bento 16, de
acordo com Kudner, foi bem mais "direto" e disse que "a Igreja tem um
total compromisso com a reconciliação entre cristãos e judeus".
Para o governador do distrito de Belém, Salah Ta'mari, a visita foi um "sucesso absoluto".
"A
Autoridade Palestina está muito satisfeita com a visita do pontífice a
Belém", disse à BBC Brasil o governador, que faz parte da Autoridade.
"Apesar
de nossas preocupações com questões de segurança, tudo transcorreu na
mais perfeita ordem, harmonia, e devo mencionar principalmente a
alegria que todos sentiram, principalmente o próprio papa".
"Percebi
que ele se sentiu seguro em nossa cidade pois percorreu Belém, durante
toda a visita, com as janelas de seu carro abertas".
"Também
percebi que ele gostou muito quando as crianças do campo de refugiados
de Aida iniciaram a dança da debka (dança tradicional palestina) com um
trecho da Quinta Sinfonia de Beethoven, sei que ele é pianista".
"Bento
16 foi honesto e justo, ele expressou solidariedade com os refugiados
palestinos, condenou o Muro de Separação e defendeu a criação de um
Estado Palestino independente", concluiu Ta'mari.
Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil
Papa falou com Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina,...
Embora tenha havido polêmica durante a visita do papa Bento 16 a Israel
e aos territórios palestinos, representantes do Vaticano, de Israel e
da Autoridade Palestina disseram à BBC Brasil que a passagem do
pontífice pela região foi "histórica e bem-sucedida".
O
papa Bento 16 termina nesta sexta-feira sua visita a Israel e aos
territórios palestinos, definida pelo Vaticano como "peregrinação pela
paz", com uma visita à Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, onde
segundo a tradição cristã, Jesus foi crucificado e sepultado.
Durante os últimos cinco dias, o papa visitou Jerusalém, Nazaré e a
cidade de Belém, e se encontrou com líderes políticos israelenses e
palestinos.
O pontífice esteve nos
principais lugares sagrados para as três religiões monoteístas e
realizou três missas a céu aberto, com participação de dezenas de
milhares de pessoas.
De acordo com o porta-voz do Vaticano em Jerusalém, Wadi Abu Nassar, "a visita foi muito bem-sucedida".
... e com o premiê israelense Binyamin Netanyahu
Nassar destacou que a visita trouxe "muita alegria aos cristãos da região e lhes deu esperança".
"A
visita de Sua Santidade a esta região contribuiu para as relações tanto
com os israelenses como com os palestinos e esperamos dar continuidade
à aproximação com todos", disse Nassar.
Incidentes
O
porta-voz do Vaticano não mencionou, em sua declaração à BBC Brasil,
alguns incidentes que ocorreram durante a visita e que causaram
desconforto no Vaticano.
O principal
incidente ocorreu depois da visita de Bento 16 ao Memorial do
Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. O discurso do papa durante aquela
visita foi recebido com duras críticas por parte do próprio Yad Vashem,
de líderes políticos e religiosos e também por parte da imprensa local.
O
papa foi acusado de omitir, em seu discurso no Yad Vashem, a
responsabilidade dos nazistas pelo extermínio de seis milhões de judeus
durante a Segunda Guerra Mundial e também de "não ter pedido desculpas".
O
Vaticano reagiu com uma nota incisiva, afirmando que "Sua Santidade não
é obrigado a pedir desculpas por algo que não fez e que havia
mencionado os seis milhões de judeus exterminados no Holocausto no
momento de sua chegada a Israel, já no aeroporto Ben Gurion".
No entanto, o governo israelense não compartilhou da opinião do Yad Vashem e afirmou que o museu "falou em seu próprio nome".
Ao
resumir a visita do papa, o porta-voz do ministério das Relações
Exteriores de Israel, Yossi Levy, disse à BBC Brasil que "apesar dos
momentos delicados que ocorreram nesta visita, o governo israelense a
considera um dos eventos mais importantes da história do país".
De acordo com Levy, a visita foi "especial e muito bem-sucedida".
"Temos
certeza de que, nesta visita, o diálogo entre Israel e o Vaticano
avançou de maneira significativa", disse. "Este foi um encontro
histórico com contribuições politicas, culturais e religiosas da maior
importância."
João Paulo 2º
Embora
o sentimento popular aqui em Israel seja de que a visita do papa João
Paulo 2º, em 2000, teria sido "melhor e mais simpática", do que a
visita de Bento 16, considerada "fria", analistas dizem que do ponto de
vista do conteúdo, o atual pontífice fez pronunciamentos que indicam
uma maior aproximação com Israel do que seu antecessor.
Em artigo no jornal Haaretz, o analista Lior Kudner comparou os discursos feitos pelos dois pontífices.
Segundo
Kudner, em sua visita no ano 2000, João Paulo 2º afirmou que "devemos,
sempre e em todos os lugares, agir na direção de expor a verdadeira
face dos judeus e do Judaísmo, assim como dos cristãos e do
Cristianismo".
Já o papa Bento 16, de
acordo com Kudner, foi bem mais "direto" e disse que "a Igreja tem um
total compromisso com a reconciliação entre cristãos e judeus".
Para o governador do distrito de Belém, Salah Ta'mari, a visita foi um "sucesso absoluto".
"A
Autoridade Palestina está muito satisfeita com a visita do pontífice a
Belém", disse à BBC Brasil o governador, que faz parte da Autoridade.
"Apesar
de nossas preocupações com questões de segurança, tudo transcorreu na
mais perfeita ordem, harmonia, e devo mencionar principalmente a
alegria que todos sentiram, principalmente o próprio papa".
"Percebi
que ele se sentiu seguro em nossa cidade pois percorreu Belém, durante
toda a visita, com as janelas de seu carro abertas".
"Também
percebi que ele gostou muito quando as crianças do campo de refugiados
de Aida iniciaram a dança da debka (dança tradicional palestina) com um
trecho da Quinta Sinfonia de Beethoven, sei que ele é pianista".
"Bento
16 foi honesto e justo, ele expressou solidariedade com os refugiados
palestinos, condenou o Muro de Separação e defendeu a criação de um
Estado Palestino independente", concluiu Ta'mari.
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Visita de Bento 16 foi 'um sucesso', dizem israelenses e palestinos
ercebi que ele gostou muito quando as crianças do campo de refugiados
de Aida iniciaram a dança da debka (dança tradicional palestina) com um
trecho da Quinta Sinfonia de Beethoven, sei que ele é pianista".
"Bento
16 foi honesto e justo, ele expressou solidariedade com os refugiados
palestinos, condenou o Muro de Separação e defendeu a criação de um
Estado Palestino independente", concluiu Ta'mari.
Vitor mango- Pontos : 118184
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