Lixo em vez de destroços
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Lixo em vez de destroços
Lixo em vez de destroços
Informações desencontradas entre comandos militares ao longo do dia mais confundiram do que ajudaram a esclarecer as causas do acidente com o Airbus da Air France. Os comandos da Aeronáutica e da Marinha divulgaram notas que se desmentem a respeito dos destroços encontrados e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, retirou-se de cena em meio à contradição dos subordinados. O resultado da confusão é o mais frustrante possível: nenhum dos objetos encontrados e recolhidos pelos militares fazia parte da aeronave.
Na sede do Cindacta-3, em Recife (PE), o diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica, brigadeiro Ramon Borges Cardoso, teve de se explicar. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, que vinha fazendo o balanço das operações de busca ao final de cada dia, saiu de cena alegando problemas de saúde. Na última entrevista, ele disse ser praticamente impossível haver sobreviventes.
Pela manhã, a FAB chegou a divulgar nota de que haviam sido localizadas as primeiras partes internas do Airbus – um palete (suporte para acomodação de cargas) e duas boias. Mais tarde, Cardoso teve de desmentir a informação: o palete não pertencia à aeronave, e as boias não foram sequer recolhidas pelo helicóptero. Elas terão fotografias analisadas por peritos.
– Não havia paletes de madeira neste voo. Podemos afirmar com 100% de certeza que o material localizado não faz parte da aeronave da Air France – esclareceu.
Em relação às manchas encontradas ontem – de grande extensão, ao norte de Fernando de Noronha – elas também não são do Airbus, segundo o brigadeiro, e sim de navios. A constatação se baseia na quantidade muito grande e na substância em si: trata-se de óleo, e não de querosene. Aeronáutica e Marinha continuam investigando se manchas menores, avistadas nos primeiros dias de busca, aparentemente de querosene de avião, pertenciam ao AF 447.
– Estamos tentando comprovar este fato, as amostras recolhidas estão sendo testadas – afirmou Cardoso.
Segundo o brigadeiro, o foco das buscas foi mudado. Além de procurar por corpos, as equipes terão de recolher objetos que possam conter algum material de série do modelo do avião ou identificação da companhia aérea.
Ontem, aviões da FAB descarregaram um caminhão-frigorífico e sacos para cadáveres no aeroporto do arquipélago. Cardoso frisou ainda as dificuldades na busca:
– Mergulhadores não podem descer mais que 40 metros. Haverá situações em que nem submarinos operacionais poderão chegar às profundidades necessárias.
O Comando da Aeronáutica decidiu convidar representantes das famílias dos passageiros para uma reunião hoje na sede do Cindacta-3. Eles serão transportados pela FAB. A intenção dos militares é detalhar os esforços e as dificuldades das equipes de busca.
Informações desencontradas entre comandos militares ao longo do dia mais confundiram do que ajudaram a esclarecer as causas do acidente com o Airbus da Air France. Os comandos da Aeronáutica e da Marinha divulgaram notas que se desmentem a respeito dos destroços encontrados e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, retirou-se de cena em meio à contradição dos subordinados. O resultado da confusão é o mais frustrante possível: nenhum dos objetos encontrados e recolhidos pelos militares fazia parte da aeronave.
Na sede do Cindacta-3, em Recife (PE), o diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica, brigadeiro Ramon Borges Cardoso, teve de se explicar. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, que vinha fazendo o balanço das operações de busca ao final de cada dia, saiu de cena alegando problemas de saúde. Na última entrevista, ele disse ser praticamente impossível haver sobreviventes.
Pela manhã, a FAB chegou a divulgar nota de que haviam sido localizadas as primeiras partes internas do Airbus – um palete (suporte para acomodação de cargas) e duas boias. Mais tarde, Cardoso teve de desmentir a informação: o palete não pertencia à aeronave, e as boias não foram sequer recolhidas pelo helicóptero. Elas terão fotografias analisadas por peritos.
– Não havia paletes de madeira neste voo. Podemos afirmar com 100% de certeza que o material localizado não faz parte da aeronave da Air France – esclareceu.
Em relação às manchas encontradas ontem – de grande extensão, ao norte de Fernando de Noronha – elas também não são do Airbus, segundo o brigadeiro, e sim de navios. A constatação se baseia na quantidade muito grande e na substância em si: trata-se de óleo, e não de querosene. Aeronáutica e Marinha continuam investigando se manchas menores, avistadas nos primeiros dias de busca, aparentemente de querosene de avião, pertenciam ao AF 447.
– Estamos tentando comprovar este fato, as amostras recolhidas estão sendo testadas – afirmou Cardoso.
Segundo o brigadeiro, o foco das buscas foi mudado. Além de procurar por corpos, as equipes terão de recolher objetos que possam conter algum material de série do modelo do avião ou identificação da companhia aérea.
Ontem, aviões da FAB descarregaram um caminhão-frigorífico e sacos para cadáveres no aeroporto do arquipélago. Cardoso frisou ainda as dificuldades na busca:
– Mergulhadores não podem descer mais que 40 metros. Haverá situações em que nem submarinos operacionais poderão chegar às profundidades necessárias.
O Comando da Aeronáutica decidiu convidar representantes das famílias dos passageiros para uma reunião hoje na sede do Cindacta-3. Eles serão transportados pela FAB. A intenção dos militares é detalhar os esforços e as dificuldades das equipes de busca.
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