Ferreira Leite ‘ajuda’ Paulo Portas
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Ferreira Leite ‘ajuda’ Paulo Portas
Ferreira Leite ‘ajuda’ Paulo Portas
O primeiro-ministro indigitado, José Sócrates, cumpriu ontem um passo obrigatório do ponto de vista constitucional antes de formar um Governo e apresentá-lo ao Presidente da República, ou seja, começou a ouvir os partidos da oposição, o PSD e o CDS-PP.
Mas Manuela Ferreira Leite teima em não perceber o que sucedeu no dia 27 de Setembro, enquanto Paulo Portas fez o trabalho de casa e ‘ganhou' mais uns quantos votos relativamente à noite das legislativas.
Normalmente, são os governos que ficam em situação de gestão corrente nos meses que antecedem os actos eleitorais, mesmo que apenas na prática. Contudo, o PSD e a sua actual liderança estão a criar um novo modelo de gestão política, ao deixarem perceber que vão esperar por Maio do próximo ano para mudarem de líder e substituírem Manuela Ferreira Leite, ficando, entretanto, em gestão corrente o maior partido da oposição.
Vejamos as diferenças: o PSD continua a ter no ‘não' a sua palavra mais ouvida, refugiando-se no lugar comum de que é um partido da oposição. Mas ser da oposição não invalida que apresente propostas concretas e obrigue, o termo é este, o Governo e o grupo parlamentar que o suporta a negociarem. Cumprindo, até, a decisão dos portugueses de preferirem, agora, uma política de compromissos em contraponto às políticas de maioria absoluta. Em vez disso, o PSD prefere esperar pelas propostas concretas, nomeadamente a mais importante de todas, a lei do Orçamento do Estado. Pelo passado recente, já se antecipa a rejeição do orçamento. Ora, tendo em conta os resultados das legislativas e a necessidade de entendimentos partidários, o PSD corre o risco de se tornar insignificante, deixando o papel de ‘oposição responsável' para o CDS de Portas. E isso só contribuirá para fragilizar o próximo líder, especialmente se for um ‘apadrinhado' por Manuela Ferreira Leite.
Este facto é tanto mais verdadeiro quanto se percebe a estratégia de Portas, que pôs condições para viabilizar um Governo (leia-se para viabilizar o orçamento de 2010). Qualquer que seja o desenlace deste ‘noivado', já ficou claro que será o PS a ir ao encontro do CDS, a aproximar-se do caderno de encargos de Portas, reforçando o seu papel e diminuindo ainda mais o do PSD. E, tal como estão as coisas hoje, é legítima a convicção escondida, mas indisfarçável, de Portas de ser o rosto de uma frente de Direita nas próximas eleições legislativas dentro de dois anos, apesar das profissões de fé de Sócrates de que quer ter um Governo para quatro anos.
António Costa, Director
O primeiro-ministro indigitado, José Sócrates, cumpriu ontem um passo obrigatório do ponto de vista constitucional antes de formar um Governo e apresentá-lo ao Presidente da República, ou seja, começou a ouvir os partidos da oposição, o PSD e o CDS-PP.
Mas Manuela Ferreira Leite teima em não perceber o que sucedeu no dia 27 de Setembro, enquanto Paulo Portas fez o trabalho de casa e ‘ganhou' mais uns quantos votos relativamente à noite das legislativas.
Normalmente, são os governos que ficam em situação de gestão corrente nos meses que antecedem os actos eleitorais, mesmo que apenas na prática. Contudo, o PSD e a sua actual liderança estão a criar um novo modelo de gestão política, ao deixarem perceber que vão esperar por Maio do próximo ano para mudarem de líder e substituírem Manuela Ferreira Leite, ficando, entretanto, em gestão corrente o maior partido da oposição.
Vejamos as diferenças: o PSD continua a ter no ‘não' a sua palavra mais ouvida, refugiando-se no lugar comum de que é um partido da oposição. Mas ser da oposição não invalida que apresente propostas concretas e obrigue, o termo é este, o Governo e o grupo parlamentar que o suporta a negociarem. Cumprindo, até, a decisão dos portugueses de preferirem, agora, uma política de compromissos em contraponto às políticas de maioria absoluta. Em vez disso, o PSD prefere esperar pelas propostas concretas, nomeadamente a mais importante de todas, a lei do Orçamento do Estado. Pelo passado recente, já se antecipa a rejeição do orçamento. Ora, tendo em conta os resultados das legislativas e a necessidade de entendimentos partidários, o PSD corre o risco de se tornar insignificante, deixando o papel de ‘oposição responsável' para o CDS de Portas. E isso só contribuirá para fragilizar o próximo líder, especialmente se for um ‘apadrinhado' por Manuela Ferreira Leite.
Este facto é tanto mais verdadeiro quanto se percebe a estratégia de Portas, que pôs condições para viabilizar um Governo (leia-se para viabilizar o orçamento de 2010). Qualquer que seja o desenlace deste ‘noivado', já ficou claro que será o PS a ir ao encontro do CDS, a aproximar-se do caderno de encargos de Portas, reforçando o seu papel e diminuindo ainda mais o do PSD. E, tal como estão as coisas hoje, é legítima a convicção escondida, mas indisfarçável, de Portas de ser o rosto de uma frente de Direita nas próximas eleições legislativas dentro de dois anos, apesar das profissões de fé de Sócrates de que quer ter um Governo para quatro anos.
António Costa, Director
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