O sabor da Dita
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O sabor da Dita
O sabor da Dita
Quando os Soviéticos invadiram o Afeganistão milhares de refugiados ocuparam o norte do Paquistão e as poucas árvores que existiam sofreram um sério abanão .
A empresa aonde trabalhava , resolveu que o melhor era ver o que se podia fazer .
E fui ! Procurei o nome da capital , do contacto , dos vistos e em poucos dias aterrava lá. . Fui levado para um clube privado onde um empregado , que servia á mesa me chamava por um Gong enorme e pelo turbante que ostentava , dava a entender que aquilo não era mau .
No dia seguinte , com 42 graus de temperatura , um guia e um jeep conseguimos passar por um transito caótico onde , a melhor solução era fechar os olhos e deixar andar .
Chegámos, então , a uma aldeia nos confins da terra . Analisámos a possibilidade de reflorestação, trocamos duvidas técnicas , fotos , apontamentos e veio a hora do almoço .
Para tão longínquo visitante a aldeia esmerou-se com um banquete .
Entrei numa tenda e , no chão , havia a paparoca . Sentei-me . À minha volta só via o branco dos dentes da malta a rir-se tentando fazer ambiente . Iniciado o repasto á mão , como mandam as boas regras verifiquei que , parte da comida boiava nas panelas e tinha diferentes cores e que mãos esguias e magras a distribuíam pelos presentes .
Não! Obrigado caros amigos e lancei mão a um bocado de pão que descobri ( uma espécie de Pizza ) (*)
Estou salvo ! – pensei eu e de imediato. Comi mais um bocado de pão tentando mostrar que aquilo sim era para mim um manjar . Nunca comi pão tão bom ! – disse eu . Um espectáculo !- e mais uma côdea para atestar .
O Chefe da aldeia levou-me então á padeira, para eu ver a artista a cozinhar o tão gabado acepipe
Bem , meus amigos eu nem lhes conto !
Uma mulher de burka na cabeça estava rodeado de 3 ou 4 crianças ranhosas . A mulher estava a preparar bosta de vaca com terra que ia colando a uma parede para servir de combustível mais tarde .
O trabalho parou para uma exibição .
A mulher , sacudindo os restos de bosta de vaca , meteu directamente as mãos na farinha e depois acrescentou um pouco de água que, confesso , mais parecia urina . Agitou , amassou e de seguida abriu uma tampa no chão – O Forno . Num gesto seco colou o pão na parede do Forno .
Depois foi só cozer.
Epilogo
Hoje , quando os meus amigos me mandam à ***** , eu costumo dizer que já saboreie a dita . Tem apenas uma pequena diferença . Falta-lhe o sal . Bem temperada até que nem é má .
(*) Nota Final sobre o pão
Os Lusitanos comiam pão feito com farinha de bolota –intragável .
A técnica de fermentação do pão , foi introduzida na península pelos romanos . O levedar da farinha era atribuída a poderes Divinos e por essa razão ainda hoje na região de Leiria ( e não só) vemos o padeiro fazer uma cruz em cima da massa ou beijar o pão quando ele cai no chão
O culto e o pão uniram-se na mesma fé .
Quando os Soviéticos invadiram o Afeganistão milhares de refugiados ocuparam o norte do Paquistão e as poucas árvores que existiam sofreram um sério abanão .
A empresa aonde trabalhava , resolveu que o melhor era ver o que se podia fazer .
E fui ! Procurei o nome da capital , do contacto , dos vistos e em poucos dias aterrava lá. . Fui levado para um clube privado onde um empregado , que servia á mesa me chamava por um Gong enorme e pelo turbante que ostentava , dava a entender que aquilo não era mau .
No dia seguinte , com 42 graus de temperatura , um guia e um jeep conseguimos passar por um transito caótico onde , a melhor solução era fechar os olhos e deixar andar .
Chegámos, então , a uma aldeia nos confins da terra . Analisámos a possibilidade de reflorestação, trocamos duvidas técnicas , fotos , apontamentos e veio a hora do almoço .
Para tão longínquo visitante a aldeia esmerou-se com um banquete .
Entrei numa tenda e , no chão , havia a paparoca . Sentei-me . À minha volta só via o branco dos dentes da malta a rir-se tentando fazer ambiente . Iniciado o repasto á mão , como mandam as boas regras verifiquei que , parte da comida boiava nas panelas e tinha diferentes cores e que mãos esguias e magras a distribuíam pelos presentes .
Não! Obrigado caros amigos e lancei mão a um bocado de pão que descobri ( uma espécie de Pizza ) (*)
Estou salvo ! – pensei eu e de imediato. Comi mais um bocado de pão tentando mostrar que aquilo sim era para mim um manjar . Nunca comi pão tão bom ! – disse eu . Um espectáculo !- e mais uma côdea para atestar .
O Chefe da aldeia levou-me então á padeira, para eu ver a artista a cozinhar o tão gabado acepipe
Bem , meus amigos eu nem lhes conto !
Uma mulher de burka na cabeça estava rodeado de 3 ou 4 crianças ranhosas . A mulher estava a preparar bosta de vaca com terra que ia colando a uma parede para servir de combustível mais tarde .
O trabalho parou para uma exibição .
A mulher , sacudindo os restos de bosta de vaca , meteu directamente as mãos na farinha e depois acrescentou um pouco de água que, confesso , mais parecia urina . Agitou , amassou e de seguida abriu uma tampa no chão – O Forno . Num gesto seco colou o pão na parede do Forno .
Depois foi só cozer.
Epilogo
Hoje , quando os meus amigos me mandam à ***** , eu costumo dizer que já saboreie a dita . Tem apenas uma pequena diferença . Falta-lhe o sal . Bem temperada até que nem é má .
(*) Nota Final sobre o pão
Os Lusitanos comiam pão feito com farinha de bolota –intragável .
A técnica de fermentação do pão , foi introduzida na península pelos romanos . O levedar da farinha era atribuída a poderes Divinos e por essa razão ainda hoje na região de Leiria ( e não só) vemos o padeiro fazer uma cruz em cima da massa ou beijar o pão quando ele cai no chão
O culto e o pão uniram-se na mesma fé .
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118209
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